A Moreira é uma freguesia do concelho da Maia, com a categoria de Vila. Tem uma área de, aproximadamente, 8,7 Km2 e tem 13 092 habitantes, segundo dados dos Censos 2021. Situa-se na parte ocidental do concelho, confrontando, a sul, com o concelho de Matosinhos (Leça do Balio, Custóias e Santa Cruz do Bispo); a norte, com o concelho de Vila do Conde (Vilar do Pinheiro) e com a freguesia do Castêlo da Maia; a leste, com a freguesia do Castêlo e da Cidade da Maia; e a poente com a freguesia de Vila Nova da Telha, também do concelho da Maia.
A freguesia de Moreira é, sem sombra de dúvida, uma das mais históricas e antigas da região de Entre Douro e Ave, ou seja, “DA MUI ANTIGA TERRA DA MAIA”.
Com efeito, Moreira, a “Villa Moraria”, como é referida pelos notários de meados da Idade Média, aparece, pela primeira vez de forma segura, referida em documentos do início do século X, quase dois séculos antes do nascimento de Portugal.
O clima de Moreira é ameno, sendo os meses mais quentes e secos, correspondentes ao verão e os meses mais frios e húmidos, coincidentes com o final do outono, inverno e início da primavera. A proximidade ao mar modera as temperaturas, aumenta a humidade e garante a relativa abundância de recursos hídricos.
O território de Moreira é banhado pelo rio Leça, que limita a freguesia a sul, e é irrigado por pequenas ribeiras que, na sua maioria, são afluentes do Leça. Por entre esta rede hidrográfica, existe um relevo aplanado, pontuado com vales pouco acentuados e com solos profundos e férteis, propícios à atividade agrícola e florestal, ainda hoje evidentes na paisagem, e que marcaram muito o pretérito da freguesia.
Moreira tem um passado ligado à agricultura e outras atividades rurais complementares, o seu território foi couto do Mosteiro de São Salvador de Moreira (ex-líbris da freguesia), que determinou os processos de construção da paisagem e do povoamento desta terra. O povoamento foi feito de forma dispersa, residindo a população em pequenos núcleos e aldeias, que estão na origem dos vários lugares que a freguesia apresenta (por exemplo, Guarda, Real, Guardeiras, Carvalhido, Crestins, Sendal, Monte das Pedras, Santa Luzia, Padrão, Matos, Refonteira, Cedro, Cousso/Couço, Minhoteiras, Estrada, Merouços, Chancidro, Laceiras, Verdes, Ponte de Moreira, entre outros).
O Mosteiro de Moreira foi um centro agregador e polarizador da Terra da Maia, aproveitando a sua localização, próxima do Porto e da confluência de antigas estradas, que daí ligavam às principais vilas e cidades do litoral norte e, também, a Santiago de Compostela, desde cedo marcando o caminho de muitos peregrinos que aí se dirigiam.
Hoje, fruto do crescimento populacional, do desenvolvimento tecnológico, social, cultural, económico e científico, verificado nos últimos 200 anos, Moreira transformou-se muito rapidamente. A construção de vias férreas como a Linha da Póvoa (que ligava o Porto à Póvoa de Varzim), promoveu o desenvolvimento de lugares próximos das estações de caminho de ferro, como Crestins e Pedras Rubras. Também a rodovia conheceu mudanças que potencializaram a localização de Moreira, atravessada pela Estrada Nacional 13 ou Estrada do Entre Douro e Minho, e pela Estrada Nacional 107 que, na sua origem, ligava Matosinhos a Ermesinde, promovendo o crescimento de lugares como o Padrão de Moreira ou as Guardeiras. Para além do desenvolvimento das infraestruturas de transportes rodoviários e ferroviários, juntou-se o portuário, com a construção do Porto de Leixões (próximo da freguesia) e, sobretudo, o aeroportuário. A localização do Aeroporto Internacional do Porto – Dr. Francisco Sá Carneiro, em Moreira, mais propriamente no lugar de Pedras Rubras, catapultou o nome da freguesia e do lugar, tornando-a num local de passagem quase obrigatória para todas as pessoas que visitam e viajam, de e para o Norte de Portugal.
É este conjunto de circunstâncias, a que se juntam, mais recentemente, o surgimento de novas linhas do Metro do Porto (que aproveitou, em parte, o traçado da antiga linha Porto-Póvoa), a criação de várias áreas de acolhimento empresarial (com destaque para a Zona Industrial Maia I) e a construção da Circular Regional Exterior do Porto – A41 (com as ligações autoestradais daí derivadas), que concretizam o território atrativo que Moreira é no final do primeiro quartel do século XXI.
Em termos de atividade económica, encontramos, nesta Vila, atividades económicas ligadas a todos os setores de atividade. A raiz agrícola ainda é notória, mas a indústria e os serviços conheceram um crescimento muito acentuado, o que atraiu muitos novos residentes e visitantes, o que se tem verificado com a procura e valorização imobiliária do território, particularmente nos últimos anos, o que coloca desafios que a comunidade tem que saber resolver.
De olhos no porvir, superando desafios e debilidades, que fazem esta terra crescer em bem-estar, a exigência da população residente e a exigência do futuro requerem mais sustentabilidade, mais qualidade de vida e mais cidadania.
Honrando a memória dos seus nomes Maiores, com espírito de conquista, os moreirenses querem continuar a alcançar os seus sonhos, a realizar a sua felicidade e construir uma comunidade fraterna e desenvolvida.
Autoria do texto: Hélder Quintas Oliveira